Você já percebeu que quando falamos em diagnóstico em saúde mental, quase ninguém (incluindo psicólogos e psicólogas) entende que isso também é papel do psicólogo?
Atuo na saúde mental perinatal, e lido diariamente com depressão perinatal, transtornos ansiosos e outros, e vejo a grande dificuldade de profissionais da área em lidar com o diagnóstico e tratamento adequado, e isso tem motivo:
O DSM não é a melhor ferramenta para você diagnosticar. Calma, sim, o DSM é um ótimo guia, baseado em estudos científicos, mas não é a melhor ferramenta para um diagnóstico assertivo. É preciso muito mais que os critérios.
Psicólogos nem sabem, muitas vezes, que podem diagnosticar. Nosso código de ética diz que fica facultado ao profissional esse diagnóstico.
A faculdade ensina que diagnóstico é encaixar o sujeito em um esteriótipo, mas isso não é verdade!! Pelo contrário, o diagnóstico nos ajuda a escolher o tratamento adequado, orientar a pessoa e a família, e até mesmo garantir seus direitos.
Dá nome aos bois. Pois é, ter algo e não saber o que é pode ser agoniante. Quando a paciente (falando em saúde mental perinatal) sabe que o que ela tem é algo real, com nome e tratamento, isso pode libertá-la.
Na perinatalidade não é diferente, afinal, é período de maior vulnerabilidade da saúde mental da mulher (gestação e puerpério), e pode surgir vários quadros que precisam ser cuidados adequadamente.
Tenha sim o DSM V, mas tenha também um bom embasamento de avaliação psíquica, funcionamento na perinatalidade, tratamentos para cada adoecimento e na perinatalidade, e conhecimento amplo dos adoecimentos (principalmente para fazer os diagnósticos diferenciais).
Luzia Maia
Psicóloga obstétrica
CRP 02/20578
E qual fonte você indicaria para ser um complementar do DSM-V?