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Foto do escritorLuzia Maia

Gravidez e Transtorno Bipolar. E agora?

Sabemos que o transtorno afetivo bipolar atinge 140 milhões de pessoas no mundo (OMS), porém, pouco ouvimos falar sobre.

O TAB (chamaremos assim), é dividido em 2 tipos, tipo 1 e tipo 2, caracterizado por episódio de mania ou hipomania e depressão, e o diagnóstico é mais comum na vida adulta (depois dos 20 anos).

Quando falamos de TAB e gravidez, precisamos lembrar que o tratamento não deve ser interrompido sem supervisão, e na verdade, nem recomendamos que a pessoa fique sem tratamento, pois os riscos da abertura de um quadro de mania ou hipomania são mais severos que o tratamento medicamentoso.

O transtorno bipolar é o de maior hereditariedade, dentro dos transtornos mentais, aumentando em 10x as chances de uma pessoa que tem pai ou mãe com TAB ter também.


Mas e na gestação?

A gestante com TAB tem muito medo do fator genético, além de muito medo de abrir um quadro no puerpério (com mais chances que antes, em torno de 23% de chances de recaída mesmo com o tratamento, e 66% sem o tratamento), tem medo de ser julgada e socialmente não aceita, principalmente devido aos TABUS sobre o transtorno.


É fundamental o acompanhamento psicológico em toda gestação, ou mesmo antes - durante o planejamento da gravidez -, e ainda mais no puerpério. Além disso, a rede de apoio é muito importante, sendo um grande diferencial no cuidado com a saúde mental dessa mulher.


Toda a equipe de saúde deve conscientizar a família e a mulher quanto aos principais cuidados, além de dar todo suporte necessário.


Ah.. O diagnóstico pode acontecer, inclusive, durante a gestação ou puerpério, o que chamamos de TAB com início no periparto, e isso acontece por sabermos que essa fase é de risco para o aparecimento de transtornos mentais, inclusive o bipolar.

Falando em diagnóstico, ele deve ser feito por psicólogo e/ou psiquiatra, profissionais devidamente habilitados e competentes para esse diagnóstico mais assertivo, e esses profissionais devem estar sempre atualizados quanto ao diagnóstico e tratamento.


Você é psicóloga, atua na perinatalidade e quer aprender mais sobre psicopatologias no ciclo gravídico-puerperal? Aqui é seu lugar.


Luzia Maia

Psicóloga obstétrica

CRP 02/20578

@cuidandodemamaes



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